Há muitos olhares sobre a Juventude. Alguns olhares de admiração, outros de reprovação e descrédito. Instituições têm se dedicado a conhecer melhor como agem e pensam os adolescentes e jovens deste tempo. Médicos têm se especializado no atendimento de adolescentes. Partidos políticos têm se organizado em seções jovens, buscando a continuidade de suas ideologias ou dos herdeiros de sua legenda no cenário político nacional. Igrejas têm contratado pastores para cuidar especificamente da juventude, nomeando-os pastor de adolescente, pastor de jovens ou pastor de adolescentes e jovens. O mercado cria a cada momento novidades que atraem este público consumidor, tanto de adolescentes quanto de jovens.
Ao mesmo tempo em que há tanta atenção a este público alvo de vários setores da sociedade, grande parte da juventude[1] cristã ainda não entendeu o grande propósito de servir a sua geração com seus dons e talentos. Assim a congregação local passou a ser mais um lugar que atenda as demandas da juventude no que diz respeito a satisfazer o que se entende por necessidades urgentes, como um culto bem expressivo para alegrar o coração, uma palavra bem dinâmica, curta e que fale do que o ouvinte quer ouvir, pessoas legais para relacionamento de amizade e quem sabe uma paquera, etc.
Muitos dos políticos que hoje legislam e governam sobre nós, com exceção do Tiririca e alguns outros, gastaram sua juventude em luta por algo além de si mesmo. Lutaram contra a ditadura militar e muitos, por causa disso, foram torturados, mortos ou exilados. Uma outra geração clamou por liberdade com outras armas, pois queriam uma “emancipação” das normas da sociedade e daí surgem os movimentos de contra-cultura como os hippies, punks, góticos, etc. A própria juventude cristã tinha suas lutas e buscava ser enxergada pela igreja como cristãos comprometidos, mas que não abriam mão de sua jovialidade e que não havia incompatibilidade entre seriedade na fé e alegria no culto. Esses cristãos conquistaram o direito de bater palmas nos cultos, o direito das mulheres usarem calça comprida e trouxeram a bateria e guitarra para o culto cristão e hoje muitos são líderes no cenário evangélico nacional. Ouvi o pregador da Assembléia anual da JUBERJ em 2010 fazer a seguinte afirmação: “A diferença entre a minha geração e a de vocês é que vocês desistem. Se nós tivéssemos desistido, talvez vocês não tivessem bateria no culto hoje. Não desistam!”
Não é comum perceber a presença de adolescentes e jovens nas reuniões de decisões da igreja ou da denominação. Isso é preocupante! Parece que a juventude quer ser guiada a pastos verdejantes, mas está pronta a reclamar quando as coisas tomam um rumo diferente do seu gosto pessoal. Quando paro e olho para esta realidade, me pergunto: “Para onde vai essa juventude?” ou “onde essa juventude vai parar?”
Por outro lado, percebo que há muitos adolescentes e jovens cristãos que estão engajados em projetos relevantes para a sociedade e pelo Reino de Deus. Verifica-se que estes são mais robustos em sua fé. Dificilmente deixam a caminhada por causa de decepção ou contrariedade. Entendo que estes vão longe e cada vez mais perto do Senhor.
É necessário reconhecer o valor e potencial da juventude e dar-lhes cada vez mais “créditos” na igreja, pois ainda que não estejamos vendo, o Senhor tem dito que são fortes e tem a Palavra de Deus (I João 2.14).
A pergunta que não quer calar: “Para onde vai essa juventude?”
A resposta é: “Depende de que caminho for apontado, ou melhor, percorrido antes.”
O que os adolescentes e jovens de sua igreja aprendem com os membros mais antigos, com os líderes e com os pais? Isso os inspira a um compromisso maior com as coisas da igreja? Os encoraja a participar?
Pense nisso!
Deus te abençoe!
[1] “Juventude… são aquelas pessoas que estão entre os 15 e 24 anos idades, inclusive.” Assembléia Geral das Nações Unidas[2] “Período na vida de uma pessoa entre a infância e a maioridade. O termo “juventude” geralmente refere aqueles que estão entre as idades de
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