Por Paul Tripp*
"Nosso evangelho não chegou até
vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em
plena convicção." 1 Tessalonicenses 1.5
Quero examinar um lugar onde há
demasiada mediocridade na igreja de Jesus Cristo: a pregação. Por cerca de 40
finais de semana por ano eu estou com alguma parte do corpo de Cristo em algum
lugar do mundo. Muitas vezes, não sou capaz de sair no sábado e, por isso, vou
assistir ao culto da congregação local (quando não estou programado para
pregar). O que estou prestes a dizer provavelmente vai me encrencar, mas estou
convencido de que precisa ser dito. Estou triste e angustiado por dizer isso,
mas já estou cansado de ouvir palestras teológicas chatas e mal preparadas,
dadas por pregadores não inspirados, lendo manuscritos, e tudo isso feito em
nome da pregação bíblica.
Não estou surpreso que as mentes
das pessoas divaguem. Eu não estou surpreso que as pessoas têm lutado para se
manter atentas e despertas. Estou surpreso que mais não têm. Eles têm sido
ensinados por alguém que não trouxe as armas apropriadas para o púlpito, a fim
de lutar por eles e com eles. A pregação é mais do que regurgitar seu comentário
exegético favorito, reformular os sermões de seus pregadores favoritos, ou
remodelar as notas de uma de suas aulas favoritas do seminário. É trazer as
verdades transformadoras do Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem que foi
devidamente compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e entregue
com a ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada e
restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não pode
fazer isso sem a devida preparação, meditação, confissão e adoração.
Simplesmente não dá para você
começar a pensar em uma passagem pela primeira vez no sábado à tarde ou à noite
e dar o tipo de atenção que ela precisa. Você não será capaz de compreender a
passagem, de ser pessoalmente afetado e de estar preparado para dá-la aos
outros de uma forma que contribua à contínua transformação deles. Como
pastores, temos que lutar pela santidade da pregação, ou ninguém mais o fará.
Temos que exigir que os afazeres do nosso trabalho permitam o tempo necessário para
se preparar bem. Temos que arranjar tempo em nossas programações para fazer o
que for necessário para cada um de nós, considerando nossos dons e nossa
maturidade, estejamos preparados como porta-vozes para nosso Rei Salvador. Não
podemos acomodar com padrões que denigram a pregação e degradem a nossa
capacidade de representar um Deus glorioso de uma graça gloriosa. Não podemos
nos permitir estarmos muito ocupados e distraídos. Não podemos estabelecer
padrões baixos para nós mesmos e para aqueles a quem servimos. Não podemos nos
desculpar e acomodar. Não podemos nos permitir espremer mil reais em preparação
em poucos centavos de tempo. Não devemos perder de vista Aquele que é Excelente
e a excelente graça que fomos chamados para representar. Não podemos, porque
estamos despreparados, deixar Seu esplendor parecer chato e sua maravilhosa
graça, ordinária.
A cultura e disciplina que
envolve a nossa pregação sempre revelam o verdadeiro caráter de nossos
corações. É exatamente aí que a confissão e o arrependimento precisam
acontecer. Não podemos culpar as exigências de nosso trabalho ou nossa
ocupação. Não podemos apontar o dedo para as coisas inesperadas que aparecem no
calendário de cada pastor. Não podemos culpar as demandas da família. Temos que
humildemente confessar que a nossa pregação é medíocre e que não está subindo
ao patamar para o qual fomos chamados. Nós somos o problema. O problema é que
perdemos a nossa admiração, e com essa perda nos acomodamos em apresentar a
excelência de Deus de uma forma que não é nada excelente. Qualquer forma de
mediocridade no ministério é sempre um problema do coração. Se isso o descreve,
então corra ao seu Salvador em humilde confissão e abrace a graça que tem o
poder de resgatá-lo de si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.
Fonte: Blog FIEL
*Dr. Paul David Tripp (MDiv, DMin) é membro da equipe pastoral da Tenth Presbyterian Church em Filadélfia, professor de vida e cuidado pastorais em Fort Worth, Texas e autor de vários livros sobre vida cristã. Entre outros, escreveu com Timothy Lane Relacionamentos - uma confusão que vale a pena (Cultura Cristã). Paul é casado com Luella e o casal têm quatro filhos adultos.
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe este blogueiro novato feliz! Adicione seu comentário com elogio, crítica ou sugestão. Deus te abençoe!