Em primeiro lugar, quero esclarecer que uso a expressão “minha igreja” para designar a igreja que a servirei como pastor, e não uma designação de posse, pois a igreja pertence ao Senhor.
Já fazem alguns anos que o tema “crescimento de igreja” empolga muitos pastores, líderes eclesiásticos e muitos apaixonados pela igreja. Certamente que cada pastor e pessoas envolvidas diretamente com a igreja local desejam o aumento de sua igreja, pois o crescimento, além de ser um sinal de sucesso para alguns, representaria o acesso a possibilidades inimagináveis para um pequeno rebanho. Eu mesmo tenho me envolvido com o ministério em uma igreja local, nutrindo um desejo de ver o crescimento da mesma. Talvez você se pergunte: “O que você quer dizer com ‘Não quero que a minha igreja cresça’ então?”
Tenho visto a “proliferação” de igrejas em muitos lugares no Estado do Rio de Janeiro, em especial na Baixada Fluminense. No entanto esta “proliferação” e crescimento de muitas destas igrejas, apesar de chamar a atenção pelo fenômeno em si, não tem me trazido a tranqüilidade de saber que o “Reino de Deus” está sendo sinalizado por muitos destes ministérios. Basta fazer uma comparação de como os “crentes” eram vistos e como são agora. Passamos de fanáticos a 171 na opinião popular.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento não representar na mesma medida a diminuição de pessoas destinadas a perdição eterna.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento não for acompanhado de um desenvolvimento das “ovelhas do rebanho” à maturidade espiritual e emancipação de poderes opressores e alienantes.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento transformar a igreja local em uma instituição com uma estrutura encrencada, que mais se parece com uma empresa da Wall Street do que com a comunidade dos discípulos de Jesus de Nazaré.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento não reverter os recurso (humanos, materiais e financeiros) para a sinalização do Reino de Deus (com sua paz, justiça e alegria espiritual), a partir da vizinhança até os confins da terra.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento for acompanhado pelo “orgulho espiritual” e “vaidade institucional”.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento desfigurar a característica de “corpo de Cristo”, invalidando assim o ministério profético e sacerdotal da igreja através de seus membros.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento trouxer a falsa sensação de segurança provinda da estrutura, tecnologias e recursos, e não do Deus Todo-Poderoso.
Não quero que a minha igreja cresça se esse crescimento nos afastar da Palavra de Deus ou precisar ser acessado a este custo.
Na verdade, eu quero que a minha igreja cresça! Mas que esse crescimento seja acompanhado pelo crescimento na graça e no conhecimento do Senhor Jesus, reconhecendo que o Reino de Deus deve ser buscado em primeiro lugar e as demais coisas serão acrescentadas e supridas em Glória por Cristo Jesus, nosso Senhor.
Deus te abençoe!
Josimar da Silva Alves - pastor batista
Pastor Titular da Primeira Igreja Batista em Parque Hinterland
Pastor Titular da Primeira Igreja Batista em Parque Hinterland
Muito bom o seu artigo. Concordo em gênero, número e grau. Pastores com esta conscinecia é que precisamos no cenário evangélico.
ResponderExcluirQuerido Pastor, muito boa sua abordagem. Parabéns!
ResponderExcluirEu e você estamos na "contra-mão". Hoje, o "Evangelho Oba-Oba" que busca animadores de auditório está dispensando pastores. Primeiro, porque esses "animadores" podem e devem usar textos bíblicos sem contexto e a qualquer pretexto, pois eles estão aí para se promoverem, mesmo que a promoção custe a decepção de muitos, o que só ocorre a médio e longo prazo. Naturalmente que os "tratados" pelos "animadores" vão se afastar um dia (mais cedo ou mais tarde) e ficarão com determinada visão míope daquilo que é denominado "povo de Deus" e jamais procurarão o verdadeiro aprisco, por julgarem que já o conhecem. A Igreja, de fato, cresce como todo organismo vivo, só que o crescimento saudável não é daqueles "vapt-vupt" como todos querem. Estou certo?
ResponderExcluirPor isso, eu e você e alguns verdadeiramente vocacionados, preparados e ungidos pelo Espírito, vamos ter que aguentar aqueles "pastores" que chegam à casa das nossas ovelhas pela TV e pregam as tais "mensagens de prosperidade" e têm até alguns títulos que jamais teremos, tais como "bispos", "profetas" e "apóstolos"... Tá difícil de concorrer com eles. Deus nos acuda!
Pr. Paulo Lima | PIB em Vila Norma / RJ
Amado, a paz!
ResponderExcluirGostie muito do seu artigo! Posso publicá-lo em meu blog. Conheça-o, antes: http://www.teologiaesociedade.com/
Abraços!
Excelente artigo irmãozão!
ResponderExcluirum abraço